domingo, 5 de abril de 2009

Central do Brasil

Apresento nosso trabalho dos tutores do Curso Pró-funcionário com o filme Central do Brasil. O evento aconteceu no sábado, 04 de abril do corrente ano, onde convidamos nossos cursistas do Pró - funcionário para uma sessão de cinema com o Filme Central do Brasil.
Composto por aproximadamente umas 140 pessoas de 8 (oito) pólos, fomos ao Cine ouro assistir o filme supracitado. Destaca-se que esse público em questão é de pessoas que raramente ou nunca foram ao cinema. Na maioria são mulheres responsáveis por suas famílias e que trabalham nas escolas como merendeiras, porteiros (as) auxiliar de serviços gerais, auxiliar administrativo. Enfim, são pessoas que ficam nos bastidores para o bom andamento das atividades escolares.
Pró-Funcionário

O Curso Técnico de Profissionalização dos Funcionários da Educação, em nível médio, é voltado para trabalhadores que exercem atividades administrativas nas escolas da rede pública de educação básica.

O Filme Central do Brasil
O filme foi proposto para introdução de um dos módulos: Produção Textual. Dirigido por Walter Salles e tendo como atores principais: Fernanda Montenegro como Dora e Vinícius de Oliveira como Josué
"Central do Brasil" começa na maior estação de trens do Rio de Janeiro para, num segundo momento, ganhar a estrada em direção ao nordeste e, que logo em seguida, se desloca pouco a pouco para o centro do país.
No filme a personagem principal Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para analfabetos na Central do Brasil. A carta foi uma das formas de comunicação mais utilizada no passado recente do Brasil. Hoje, com advento da internet caiu em desuso, dando lugar as cartas eletrônicas (e-mail) e outros meios de comunicação, como o fax, mensagens pelos celulares, etc. Nos relatos que ela ouve e transcreve, surge um Brasil desconhecido e fascinante, um verdadeiro panorama da população migrante, que tenta manter os laços com os parentes e o passado.

O filme veio de encontro com todos os módulos, mas em especial com modulo Homem, pensamento e cultura: abordagens filosóficas e antropológicas. Formação técnica e Relações interpessoais: abordagem psicológica e Produção textual.

Após o filme, vários pontos foram levantados pela turma, tais como: o analfabetismo que é retratado no filme nas cenas em que Dora escreve carta para as pessoas que a procura, das mais diferentes faixas etárias. Na maioria oriunda do sertão nordestino, fugindo da seca e em busca de uma vida melhor.
O analfabetismo e a desinformação levam a exploração. Dora recebe pelas cartas, mas não as envia. Ela também paga uma taxa ao guarda da estação, que na verdade não protege ninguém. Faz parte de uma rede de trafico de criança. A violência, roubo, corrupção, o desemprego, o subemprego, o abandono, o vício são assuntos tratados no filme. Dora sofreu na infância com o vício do pai e Josué sofre com a possibilidade de o pai vir a ser um viciado.
Na estação do metrô que fica no Rio de Janeiro, desembarcam inúmeros imigrantes da região nordeste, Dora e Josué fazem a viagem de volta do Sul para o Nordeste. No caminho se depara com muita miséria, seca, analfabetismo, que para esse povo sem esperança se apega a religiosidade, sendo o santo da região, Pe. Cícero.
No filme todos os personagens buscam a construção do devir humano. O homem se transforma no mundo que ele mesmo constrói: mundo social, cultural, histórico: o mundo humano. Cultura é a forma de viver dos humanos em geral e, ao mesmo tempo, o jeito de viver de grupos sociais específicos. É forte a presença da cultura de cada região, o etnocentrismo. O etnocentrismo é responsável por muitos dos conflitos sociais (entre etnias, gêneros, religiões, gerações, grupos religiosos, etc.). São fortes as relações interpessoais e os conflitos sociais.



A atividade proposta
Os cursistas assistirão ao filme e farão o registro do que for relevante e o que é possível relacionar com sua vivência. E a distância, farão um relato deste encontro destacando a importância da carta e as transformações que ela pode provocar na vida das pessoas e as conseqüências de não se saber escrever.

Tutores: Ângela, Ana Maria, Elenice, Graça, Inez, Leo, Marizete e Nilsângela

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